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A honestidade do mecânico Justo lhe valeu uma forte ajuda de um de seus clientes, que acabou transformando-o em dono de oficina

O mecânico Justo Blanco, o “Espanhol”, já esta acostumado, entre os clientes que chegam pela primeira vez em sua oficina, na Zona Sul de São Paulo, não há quem não pergunte quem é Manoel Pinto, o nome gravado em uma placa comemorativa. E seu Justo não se cansa de repetir a história.

“Eu estava começando no negócio, com mais dois sócios. Nós tínhamos, na rua São José uma autorizada Simca. Em uma madrugada, fui procurado por um senhor acompanhado de seu filho, pedindo ajuda, o carro dele havia quebrado em frente ao Instituto Biológico e não havia ninguém para o socorro.”
Seu Justo foi e fez o conserto – cabo de embreagem quebrado. Não cobrou pelo trabalho. O ano era 1968 e mais tarde o mecânico veio a saber que o homem a quem ajudará era um prospero industrial, os dois se tornaram amigos.
Justo lembra: “Passou o tempo, eu acabei me desentendendo com um dos meus sócios e concordei em vender minha parte pela quantia oferecida na época, o equivalente a uns 10 carros zero (populares). Naquele dia, fui almoçar na empresa do Industrial, ele percebeu meu abatimento e quando soube da história, me propôs o seguinte negócio: que ao invés de vender, eu comprasse a parte dos dois outros sócios. Eu disse que era muito dinheiro, que eu não tinha a quantia, mas ele me tranquilizou e comentou que não esqueceu a ajuda que prestei naquela noite em que ele precisou de socorro.
Resumindo, a parte dos sócios foi comprada e o Justo tornou-se sócio do Industrial. “Foi melhor do que ganhar na loteria”, lembra o mecânico.
O industrial veio a falecer em 1989 e com o tempo quando a Ases conquistou seu prédio próprio, em sua inauguração recebeu o nome do Industrial “Manoel Pinto” em homenagem e gratidão.

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